sábado, 8 de agosto de 2009

Loucura

"Um poderoso feiticeiro, querendo destruir um reino, deitou uma poção mágica no poço onde todos os seus habitantes bebiam. Quem bebesse aquela água ficaria louco.

Na manhã seguinte, a população inteira bebeu, e todos enlouqueceram, menos o rei - que tinha um poço só para si e para a sua família, onde o feiticeiro não conseguiu entrar. Preocupado, ele tentou controlar a população com uma série de medidas de segurança e saúde pública: mas os polícias e os inspectores tinham bebido a água envenenada, e acharam um absurdo as decisões do rei, resolvendo não as respeitar de modo nenhum.

Quando os habitantes daquele reino tiveram conhecimento dos decretos, ficaram convencidos que o soberano enlouquecera, e agora escrevia coisas sem sentido. Aos gritos, foram até ao castelo e exigiram que renunciasse.

Desesperado, o rei prontificou-se a deixar o trono, mas a rainha impediu-o, dizendo: "Vamos agora até à fonte e beberemos também. Assim, ficaremos iguais a eles."

E assim foi feito: o rei e a rainha beberam a água da loucura, e começaram imediatamente a dizer coisas sem sentido. Na mesma hora, os seus súbditos arrependeram-se: agora que o rei mostrava tanta sabedoria, porque não deixá-lo a governar o país?

O país continuou em paz, embora os seus habitantes se comportassem de maneira muito diferente da dos seus vizinhos. E o rei pôde governar até ao final dos seus dias."

Dia 21 de agosto estreia "Veronika decide morrer", adaptação da obra de Paulo Coelho. Leia nossa crítica.

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