Na guerra dos sexos, militantes ganham mais que pacificadores
Chame isso de consagração do estereótipo: de acordo com um novo estudo feito por Timothy Judge e Beth Livingston, psicólogos organizacionais da Universidade da Flórida, os homens que acreditam que o lugar da mulher é em casa, e não trabalhando fora, têm mais chances de ganhar mais do que os homens que acreditam que as mulheres merecem salários iguais pelo mesmo trabalho. Para o estudo, Judge e Livingston examinaram 12.686 americanos para discernir se a compreensão que tinham dos papéis de gênero afetava seus rendimentos ao longo do tempo.
Que o chauvinismo favorece o homem nos ambientes de trabalho predominantemente masculinos não é nenhuma surpresa. Mas a magnitude do efeito surpreendeu até mesmo os autores do estudo: os homens sexistas ganharam, em média, US$ 11.930 a mais por ano do que seus colegas que defendem a igualdade durante um período de 25 anos.
O efeito funciona de forma reversa para as mulheres: enquanto elas continuam ganhando menos do que os homens de mentalidade igualitária, aquelas que acreditam na igualdade dos gêneros ganharam US$ 1.051 a mais por ano do que as mulheres que tinham visões mais "tradicionais".
Em outras palavras, para ambos os sexos, escolher um lado traz recompensas.
Podemos pensar em pelo menos dois outros estudos que parecem ilustrar esse efeito. Um estudo conduzido em 2007, pelo grupo de pesquisa Corporate Library, descobriu que as mulheres executivas (que no mundo corporativo dos EUA são superadas pelos homens numa relação de oito para uma) ganham cerca de US$ 15 mil a mais por ano do que os executivos homens. Pode-se presumir que as executivas mulheres acreditam em igualdade de gênero. Considerando o pequeno número de executivas, elas também sabem o que significa ter lutado por isso.
No mesmo ano, as mulheres das maiores cidades americanas ganharam bem mais do que os homens da mesma faixa etária, de acordo com um estudo feito por Andrew Beveridge, titular do departamento de sociologia do Queens College na cidade de Nova York. Beveridge descobriu que as mulheres de 20 a 29 anos ganhavam 17% a mais em Nova York e 20% a mais em Dallas. Ele atribuiu essa inversão da diferença de salário ao fato de que há mais mulheres com formação universitária nas cidades do que homens com a mesma formação, e, além disso, suas escolhas de estilo de vida normalmente se opõem aos papéis tradicionais de gênero.
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